Ex-prefeita Lardjane Ciríaco investigada pela Operação Carcará passa a usar tornozeleira eletrônica

setembro 12, 2019


O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) divulgou mais detalhes da operação Carcará (Leia matéria anterior).

A ex-prefeita de Santana do Matos, Lardjane Ciríaco de Araújo Macedo, e dois auxiliares dela, passaram a ser monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas. A ação é a quarta fase da operação Infarto, deflagrada pelo MPRN em 2016, para investigar outros crimes na prefeitura de Santana do Matos.

A operação Carcará cumpriu mandados de busca e apreensão em quinze locais nas cidades de Santana do Matos, Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos, Lajes e Acari. A operação no RN faz parte de uma ação nacional e foi coordenada pela Promotoria de Justiça de Santana do Matos com o apoio do Gaeco.

A pedido do MPRN, a justiça bloqueou e sequestrou as contas bancárias dos três envolvidos e de treze empresários e empresas. Essa determinação abrange os ativos financeiros (aplicações, financeiras, depósitos, créditos, títulos, valores mobiliários, ações, moeda estrangeira), com imediato bloqueio de saques, resgates, retiradas, pagamentos, compensações e quaisquer outras operações que impliquem em liberação de valores, devendo ainda os saldos porventura existentes, bem como os que vierem a existir, ser transferidos para uma conta bancária para que fiquem à disposição do juízo.

As investigações do MPRN apontam que Lardjane Macedo, Wilka Sibele e Luelker Martins, conjuntamente com empresários, montaram dentro da prefeitura de Santana do Matos uma organização criminosa, cujo propósito nítido era desviar recursos públicos, atravéd de devolução ilícita de valores por empresas contratadas.

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O esquema fraudulento funcionava de forma simples dentro da prefeitura de Santana do Matos: após receberam parcelas de seus contratos junto ao município, os empresários repassavam, em datas coincidentemente próximas, parte dos valores recebidos para as contas bancárias de Lardjane Macedo, Wilka Sibele e Luelker Martins. O marido da ex-prefeita e a mãe dela também tiveram as contas bancárias usadas para o cometimento dos crimes.

Após a contratação de fornecedores de bens e prestadores de serviço, recursos foram repassados diretamente para Wilka Sibele e Luelker Martins, utilizando-se de contas bancárias deles, existindo não só indícios, mas provas contundentes, de que, logo em seguida, foi repassada parte desses valores para Lardjane Macedo.

O MPRN identificou 62 operações financeiras realizadas pelos empresários e empresas em favor dos investigados, sendo quarenta transferências bancárias realizadas em favor de Luelker Martins de Oliveira, dezoito em favor de Wilka Sibele de Souza Barbosa, uma em favor de Lardjane Ciríaco de Araújo Macedo, uma suposta entrega em mãos a esta, uma transferência em favor do cônjuge desta última e uma em favor da sua mãe, todas realizadas em momento muito próximo ao recebimento de valores do erário municipal.

Para o MPRN, durante toda a gestão de Lardjane Ciríaco de Araújo Macedo (2013-2016), ela e os dois principais auxiliares desviaram recursos públicos sistematicamente, tornando essa prática algo corriqueiro, em esquema delituoso voraz.

Lardjane Macedo, Wilka Sibele e Luelker Martins são investigados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Os crimes são comprovados na investigação do MPRN por meio de dados bancários obtidos após autorização judicial, diálogos telefônicos e depoimentos colhidos.

Além de usarem tornozeleiras eletrônicas e estarem proibidos de manterem contato entre si, a ex-prefeita Lardjane Ciríaco de Araújo Macedo, a ex-chefe do setor de protocolo da prefeitura de Santana do Matos, Wilka Sibele de Souza Barbosa, e o ex-coordenador de transportes da prefeitura santanense, Luelker Martins de Oliveira, não podem ter acesso ou frequentar “qualquer repartição pública municipal, dada a gravidade dos delitos perpetrados, que constituem, em tese, delitos de corrupção intoleráveis”.





2 Comentários

  1. E por que no ASSÚ-RN tem um ex-prefeito que já tem duas condenações ainda não está preso e nem usando tornozeleira eletrônica?????? Será que no RN a justiça usa dois pesos e duas medidas?

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    1. Pergunta lá no MP.

      Esdras Pessoa

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