Homem que matou publicitária em Natal no ano de 1997 foi preso no Rio de Janeiro
outubro 11, 2018
Após 21 anos do crime, o Ministério Público do Rio Grande do
Norte (MPRN) em trabalho conjunto com as Polícias Civis de Goiás e do Rio de
Janeiro conseguiu localizar o homem que matou uma publicitária em Natal. O pedreiro
Gilson Pegado da Silva foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, estado
onde estava residindo, na tarde desta quarta-feira, 10. Ele usava documentos
falsos e só foi identificado após um reconhecimento facial feito pela Polícia
Civil de Goiás, por meio de avançadas técnicas de identificação humana por
comparação de imagens, realizado pela Seção de Inovação em Identificação Humana
(SIIH), que é referência no Brasil na matéria.
Fotos: MPRN |
No dia 23 de setembro de 1997, Gilson Pegado invadiu uma
residência no bairro de Ponta Negra, zona Sul de Natal, para praticar um roubo.
A dona da casa, a publicitária Sílvia Mannu, à época com 34 anos, reagiu e
acabou assassinada com 23 facadas na frente da filha, que tinha apenas 3 anos.
O crime chocou a sociedade potiguar pela brutalidade com que foi cometido.
Depois do crime, Gilson Pegado foi preso, mas passou a
responder em liberdade. Ele fugiu e até então não havia sido localizado, o que
prejudicou a continuidade da ação penal. Gilson nunca foi julgado pelo crime
que cometeu, pois a legislação determina a suspensão do andamento do processo
nesses casos, e só agora será possível a retomada da ação penal.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), órgão do MPRN, passou a diligenciar o paradeiro de Gilson Pegado da
Silva, atendendo a pedido da 75ª Promotoria de Justiça de Natal. Ele foi
localizado e preso na cidade do Rio de Janeiro. Ao ser abordado por agentes da
Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Polícia
Civil do Rio, o criminoso apresentou documentação falsa em nome de André Lima
de Macedo.
A Polícia Civil de Goiás foi acionada para cooperar na
identificação. Através da aplicação de técnicas de projeção de idade,
reconhecimento facial de imagens e exame prosopográfico, foi possível concluir
que se tratava de Gilson Pegado. A Seção de Prosopografia e Identificação
Humana (SPIH) da Polícia Civil de Goiás é responsável pela realização de exames
que levam à identificação de suspeitos a partir da comparação metodológica e
objetiva de elementos constitutivos da face apresentados em imagens (fotos e
vídeos), buscando estabelecer semelhanças e concluindo tratar-se da mesma
pessoa ou não.
A promotora de justiça Liv Queiroz, do Gaeco, falou que “essa
técnica reduz o universo de suspeitos e, em muitos casos, é o passo inicial
para a elucidação de crimes. O trabalho foi imprescindível para o
reconhecimento facial do foragido, considerando que já havia decorrido mais de
20 anos da data do crime”.
Após ser identificado, Gilson Pegado acabou confessando não
só a sua real identificação, mas também confirmou a autoria do crime. Ele
deverá ser transferido para uma unidade prisional no Rio Grande do Norte, onde
vai aguardar julgamento após passar 21 anos foragido.
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