MPRN denuncia colunista social por receber R$ 500 mil como ‘fantasma’ na Assembleia Legislativa
novembro 08, 2016
O juiz da 4ª Vara Criminal da Comarca de Natal recebeu a
primeira denúncia ofertada pelo Ministério Público Estadual, relacionada a
funcionários ‘fantasmas’ da Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Norte.
Hilneth Correia / Foto: Reprodução |
Na ação penal, o magistrado determinou a citação dos
denunciados Pedro Lopes da Silva Filho, José Eduardo Costa Mulatinho, Augusto
Carlos Garcia de Viveiros, Bernadete Batista de Oliveira e Hilneth Maria
Correia Santos a responderem a acusação do MPRN, por escrito, no prazo de dez
dias.
Na acusação, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de
Natal relata que Pedro Lopes da Silva Filho e José Eduardo Mulatinho nos anos
de 2011 a 2015, o secretário-geral da Assembleia Legislativa Augusto Viveiros a
partir do ano de 2015, e Bernadete Batista de Oliveira neste ano de 2016,
viabilizaram o desvio de recursos públicos em favor de Hilneth Correia, que em
razão do cargo recebeu remuneração sem desempenhar efetivamente qualquer
função, no valor de quase R$ 500 mil.
Na denúncia recebida pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Natal,
o MP requer a condenação dos denunciados, além da reparação dos danos causados
pela infração, considerando o prejuízo causado pela denunciada Hilneth Correia
no valor de R$ 491,5 mil, a ser corrigido monetariamente e acrescido de juros.
Por meio da interceptação telefônica devidamente autorizada
judicialmente constatou-se que Hilneth Correia anunciou mudança de rotina,
esclarecendo que, doravante, compareceria às dependências da AL/RN na parte da manhã,
ainda que rapidamente.
Vários áudios que constam da denúncia confirmam que até
então a investigada não comparecia ao local de trabalho, como também revela a
postura de servidor de alto escalão, o secretário-geral Augusto Viveiros, que
orienta a adoção de prática que dificulte a comprovação de que a subalterna
seria servidora ‘fantasma’ do legislativo estadual.
Segundo o MPRN, “constata-se, de maneira irrefutável, que em
vários dias Hilneth sequer compareceu às dependências da Assembleia Legislativa
e que nos demais dias monitorados a sua estada no órgão foi meteórica, apenas
para 'marcar presença' e 'ser vista'”.
O MPRN também juntou registros da Polícia Federal, de
entrada e saída, bem como informações prestadas por companhias aéreas, que
revelam rotina repleta de viagens nacionais e internacionais da denunciada, sem
que se tenha notícias de que a funcionária estivesse de férias ou licenciada.
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