Henrique Eduardo Alves vira réu em ação proposta pelo MPF/DF
julho 27, 2016
A justiça federal de Brasília decidiu receber ação de
improbidade administrativa contra o ex-ministro do Turismo e ex-deputado
federal Henrique Eduardo Alves.
A partir dessa decisão, Henrique Alves passa a
responder como réu no processo que apura indícios de enriquecimento ilícito
entre 1998 e 2002, período em que exerceu mandato parlamentar.
Proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2004, a
ação já havia sido recebida, mas o prosseguimento do processo foi interrompido
depois que o acusado apresentou recurso questionando a prescrição dos fatos,
bem como a legitimidade das provas apresentadas pelo MPF.
No entanto, depois de analisadas essas questões pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o caso prosseguiu com o juiz de
primeiro grau. Nessa instância, o magistrado da 16ª Vara Federal, Marcelo
Ribeiro Pinheiro, decidiu que há provas suficientes para confirmar o
recebimento e dar continuidade à ação de improbidade.
A ação do Ministério Público, apresentada há mais de 12
anos, levou à justiça o fato de que Henrique Eduardo Alves demonstrava sinais
de riqueza incompatíveis com sua renda e seu patrimônio declarados como
deputado federal e empresário. Constam das irregularidades apontadas à
época: transferência patrimonial dissimulada; despesas e gastos em montante
superior à receita declarada; titularidade dissimulada de sociedades
comerciais, contas-correntes, investimentos, movimentação financeira e cartões
de crédito em instituições financeiras com sede na Suíça, nos Estados Unidos e
em paraísos fiscais, bem como por meio de empresa off-shore - sem que fossem
identificadas as saídas de divisas do país.
O Ministério Público também revelou que a
ex-esposa de Henrique Alves, Mônica Azambuja, teve durante um bom tempo suas
despesas pagas pelo ex-marido, além de ter recebido a quantia de R$ 1,5
milhão entre 2002 e 2003 como indenização em divórcio.
Com a reabertura do caso, o magistrado terá de decidir se
condena ou não o político por improbidade. Henrique Alves poderá ser condenado
a ressarcir os cofres da União, ter os direitos políticos suspensos e ficar
proibido de contratar com o poder público, entre outras sanções previstas em
lei.
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