Prefeito do Vale do Açu é processado por improbidade pelo MPF
fevereiro 03, 2016
O Ministério Público Federal (MPF) em Assú ingressou com uma
ação contra o prefeito de Pendências, Ivan de Souza Padilha; a construtora
Cageo Ltda.; e seu sócio-administrador, Carlos Henrique de Oliveira Dantas. O gestor é acusado de repassar recursos para construção de
casas populares à empresa, sem que a obra tivesse sido efetivamente concluída.
Um convênio firmado entre o Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (Dnocs) e o município de Pendências previa repasse de R$ 600
mil para construção de quarenta casas populares e teve vigência de janeiro de
2009 a janeiro de 2012. Desse total, R$ 200 mil foram efetivamente transferidos à prefeitura
e o restante do repasse foi suspenso porque não houve conclusão sequer da etapa
paga.
A Cageo foi contratada, porém não construiu todos os imóveis
e ainda utilizou material de baixa qualidade na obra, deixando diversas residências
com problemas estruturais.
De acordo com a ação, assinada pelo procurador da República,
Victor Queiroga, fiscalizações da Controladoria Geral da União (CGU) apontaram
que em algumas casas faltavam portas ou janelas e muitas apresentavam
rachaduras. O próprio Dnocs, em visita técnica ao local, constatou que
apenas onze foram concluídas e nove apresentavam somente a alvenaria com
cobertura de telha de cerâmica.
A prefeitura alegou que o contrato com a Cageo foi
rescindido devido à demora no repasse dos recursos federais e que alguns
problemas estruturais não teriam sido sanados porque os moradores se opuseram
às reformas.
A informação do Dnocs é de que os demais R$ 400 mil
previstos no convênio não foram repassados exatamente por conta das
irregularidades constatadas pela CGU.
Para o Ministério Público Federal, Ivan Padilha foi
negligente ao não fiscalizar a aplicação do dinheiro público, permitindo que o
contrato fosse descumprido pela empresa e não adotando providências diante das
falhas. A CGU apresentou relatório com as irregularidades em dezembro de 2011
e, em abril de 2013, mesmo sem sanar os problemas, Ivan Padilha atendeu pedido
da construtora e rescindiu amigavelmente o contrato, sem quaisquer ônus para a
Cageo.
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