MPF denuncia empresários por lavagem de dinheiro e crime contra sistema financeiro
outubro 23, 2014
O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN)
denunciou os empresários Adriano da Nóbrega Gomes e Maria Amélia Carvalho
Gomes, proprietários da Aerotur Serviço de Viagens Ltda., por crimes contra o sistema
financeiro nacional e ‘lavagem de dinheiro’.
Eles mantiveram depósito de mais de 100 mil dólares nos
Estados Unidos, sem declará-lo ao Banco Central do Brasil nem à Receita
Federal, pelo menos entre março de 2001 e agosto de 2013.
A denúncia de autoria do procurador da República, Rodrigo Telles,
aponta que o casal também utilizou os recursos dessa conta, pelo menos em
quatro ocasiões entre julho e agosto de 2013, para pagamento de serviços
prestados à Aerotur, caracterizando o crime de ‘lavagem de dinheiro’.
Dentro das investigações da operação Farol da Colina, após
pedido de cooperação internacional aos Estados Unidos, foram recebidos
documentos que apontaram a existência da conta do casal, no banco Wells Fargo
Advisors, aberta em 1995 quando a instituição se chamava Fisrt Union Bank.
No período analisado de 2001 a 2013, de acordo com as
informações remetidas pelos Estados Unidos, o saldo dos denunciados na conta
não declarada às autoridades brasileiras variou de 147 mil dólares a 261 mil
dólares.
Entre as movimentações, o MPF destaca um registro de maio de
2002, que envolve um montante de 45 mil dólares, “com a participação de
Franklin Gurgel, conhecido doleiro nesta capital, investigado na Operação
Testamento e denunciado por este órgão ministerial”.
De acordo com a ação, “parte das divisas mantidas no
exterior teve como origem operações de dólar-cabo e outra parte se originou das
atividades empresariais dos denunciados, tudo sonegado das autoridades
brasileiras”.
A maior parcela era resultado de pagamentos efetuados por
contatos empresariais da atividade turística desenvolvida através da Aerotur.
A apuração dos crimes apontados pela operação Farol da
Colina nasceu da remessa, pela procuradoria da República no Paraná, de dados e
documentos relacionados a 31 pessoas físicas e jurídicas do Rio Grande do
Norte, possivelmente envolvidos em crimes.
A investigação do MPF em conjunto com a Polícia Federal,
Banco Central e Receita Federal permitiu em nível nacional a identificação de
delitos como evasão de divisas e manutenção de contas no exterior sem
declaração, além de crimes de lavagem de capitais e infrações penais.
As investigações no Rio Grande do Norte compreenderam o
rastreamento dos recursos movimentados nas contas dos possíveis envolvidos.
Onze deles efetuaram operações em quantias iguais ou superiores a 100 mil
dólares. Após diligências, inquirições, afastamento de sigilo bancário e
medidas de busca e apreensão, a polícia concluiu pelo indiciamento de Adriano e
Maria Amélia.
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